20 de agosto de 2011

Carta ao amigo que mora longe


Arial 12, espaço simples, justificado pelos estranhos sonhos loucos que eu tenho. Explosões de antimatéria, os animais falantes de sempre e eu aqui, sem fazer sentido algum, descrevendo a marmita requentada das últimas semanas. 

Se está lendo isso, com certeza não ganhei na loteria. Continuo procurando o pote de ouro. O que quero explicar é impossível de traduzir se você não estiver usando o aparelho que te faz entender o que os aliens estão dizendo. A vida não está pra malandro faz tempo, ficar esperto é o mínimo que eu posso fazer. Palavra de gente normal, atenta ao novo acordo ortográfico.

A margem de erros diminui com a experiência, a realidade iguala o resto, o que importa são os três pontos, mas um também não é mal, o time deles também perdeu. O preço da gasolina está cada vez mais alto, o pãozinho não é mais dez centavos, faz tempo que eu dou a minha cara a tapa. 

Eu esperava no mínimo a sua compreensão, porque agora são exatamente 19:05 e os alarmes do submarino alemão tocam pontualmente, bendita a hora em que emerge o meu controle outra vez.

4 de agosto de 2011

Por onde andei (pós reforma ortográfica)

Saudações, saudações meia dúzia de leitores assíduos deste blog empoeirado. Devem estar se perguntando, onde ele se meteu, que não atualiza mais essa porra? Pois bem. Eu gostaria de me justificar, pois eu estava viajando, fazendo a divulgação do meu mais novo filme. Que o meu bilhete da loteria esportiva teve catorze acertos e estava gastando a grana. Que o meu filho nasceu. Eu fui recrutado pela Liga da Justiça pra resolver os problemas diplomáticos de uma guerra intergalática entre sayajins e skrulls na Terra 2. Estava tomando aulas de pilotagem, terminando o meu mais novo romance sem final feliz. Estava esquiando em Bariloche. Eu morri, desencarnei, conheci o inferno e vi que ele parece muito com um bar de Londrina. Estive absorto no trabalho. Entrei numa viagem transcendental com alguns vizinhos marroquinos. Fui até Aparecida de joelhos. Marquei o gol na final do campeonato alemão de Blumenau. Montei uma banda de Blues, mas não aguentei a pressão do estrelato. Fui de bicicleta até Cambé. Estive preso, mas não tinham provas e me soltaram. Namorei três mulheres diferentes ao mesmo tempo e todas queriam ter um filho meu. Perdi a minha carteira. Esqueci de avisar. Cantei aquela garota ruiva do meu trabalho. Fiquei doente. Fui à fazenda, plantei algumas mudas, agora devem estar grandes, as sementes devem ter brotado. Olhei as rolinhas nos fios de energia e lembrei do Quintana. Assisti a vários filmes, dormi na metade de outro tanto. Fui bombardeado por raios cósmicos e asas nasceram nas minhas costas. Injetei morfina na veia. Acordei no Vietnã. Ainda bem que Chuck Norris estava do meu lado. Desisti de todos os russos. Densos demais pra quem tem dda. O que vocês queriam? Um tratado explicando metafísicamente por onde eu andei? O que interessa é que voltei. Agora, com licença, vou cagar...