22 de setembro de 2016

Feitiço do tempo

Alcides sentiu todo o peso do mundo, esqueceu de tudo, apagou e queimou o que sobrou em seu coração 35 vezes perfurado, vivendo em uma desabalada carreira, sem saber de onde vem, sem saber pra onde vai, like a rolling stone. A solução que encontrou para preencher seu vazio foi ser parte de nada. "Não tenha, não perca", pensava. Pensamento triste, porém foi o que o manteve vivo até agora. 

Mas nem toda a sua clarividência poderia salvá-lo, no dia que ele encontrou um homem cheio de confiança em um velho livro ensebado, de onde colava todas as respostas, prontas a milênios. O ranço do pensamento de ovelha não te cansa? O que temos será que essa verdade tão qualificada a ponto de se tornar a única verdade do mundo? Deus, para o diabo com ele! 
Não se assuste com o demônio, não há como adorar um sem reconhecer a importância e existência do outro, então aceitar que o mal existe há tanto tempo quanto o bem, ou pelo menos o tempo como conhecemos. Na televisão, as serpentes expelem o seu veneno no horário nobre, com o livro na mão justificando todos os males do mundo e pedindo o seu dinheiro para que você seja perdoado. Aliás, que perdão é esse, que te pede 15% do seu suor todos os meses, vampiros!
Tirou o maço de notas amassadas do bolso, contou novamente com as mãos trêmulas. Seguia caminhando com o cigarro aceso, cortando o vento pela noite fria na pequena cidade da província do Sul. Andava para se manter aquecido, não tinha para onde ir, mas também não queria chegar a lugar nenhum.
Via os carros e as luzes dos carros, não via as pessoas dentro dos carros, somente a sua própria imagem deformada, reflexos, mas ele não se importava. Gostava mesmo era de reparar nas luzes, dançando sem permissão pela noite.
Todos são muito bons até a página três. Quem não acompanha a partir daí não entende e não há forma de continuar, esses, fiquem na superfície. É tudo escrever, mas quem quer ler?
Entendeu, chapa? Somos todos loucos nesse mundo de trinta e cinco sistemas solares e todos os seus deuses, arriscando esquecer alguém. Desde já, perdão.

16 de julho de 2014

Desvendando os mistérios da humanidade


O grande mestre Sergio Coelho descomplicando a sua vida em apenas um minuto, aprendam Como Descascar Alho Rapidinho!!!!!! Sem mais para o momento! Vejam os outros vídeos do cara que ele é fera!

21 de março de 2014

Nirvana

O que restou do Kurt...
      CANÇÃO DO VENTO E DA MINHA VIDA
"O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,

O vento varria as flores...

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
O vento varria as luzes,


O vento varria as músicas,

O vento varria os aromas...

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos


E varria as amizades...

O vento varria as mulheres...

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses


E varria os teus sorrisos...

O vento varria tudo!

E a minha vida ficava

Cada vez mais cheia
De tudo."

Manuel Bandeira