14 de março de 2014

A página em branco

O desconforto é claro ao me deparar com esta página em branco. Depois de tanto tempo sem uma linha sequer, voltar a escrever é difícil e a minha cabeça ainda não ajuda. Precisarei de mais tempo até que toda a página seja preenchida, mesmo que hoje assunto não falte. Tem muita gente gritando nas ruas, querendo ser ouvida. 

Aqui ou do outro lado do mundo, as pessoas não se entendem e se matam, ali na Venezuela tem tantos morrendo e com que sentido? Faz sentido? Escrever não faz sentido, mas é preciso. Hércules teve 12 trabalhos, eu ando sem emprego algum. 

Café, internet e um pouco menos da vida a cada dia que passa. Escrever pode ser uma prisão às vezes, esconderijo fútil que me impede de enlouquecer. Se me passa pela cabeça matar alguém, não vou comprar uma arma, vou escrever uma história. Não entendam mal, não quero matar ninguém. 

É preciso preencher a página, transmitir todo o sentimento que se esvai pelos dedos para o teclado até o nascimento do texto. Não sou intelectual, não consigo viver em gaiolas, não nego que na maioria das vezes eu mesmo as crio. Mas a Copa do Mundo está aí, os ingressos quase todos vendidos, e você, viu o avião desaparecido? Às vezes é necessário ser texto, fazer sentido, não perder o juízo. É nessa parte que eu desisto.

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